O RESORT

 Há um empreendimento na belíssima Comporta que já vendeu 71 moradias de um resort a um preço mínimo de 4,7 milhões de dólares (cerca de 4 milhões de euros) cada unidade. O projecto vai expandir-se, atingindo 300 moradias. A expansão deste sucesso desmantela, pelo caminho, um parque de campismo, através de um activo comprada ao grupo Queiroz Pereira. Seria interessante saber qual a parcela de portugueses entre os afortunados compradores. Se for elevada é preocupante, num país em que o salário médio anda abaixo de 900 euros e torna ainda mais intrigante o sistema fiscal português. Eis um exemplo de pornográfica desigualdade. Mas pressentimos (se calhar por ingenuidade...ainda) que a percentagem de portugueses compradores de moradias no éden de Melides é diminuta.

É bom que se capte investimento estrangeiro. Mas esta estratégia turística (no seu sentido mais globalista) faz com que em Portugal os indígenas tenham cada vez mais a percepção das populações dos países mais pobres sobre o estrangeiro contratado e que vive num mundo que não é o deles. É provável que haja quem se dane com a humilhação (àparte as sondagens sobre as próximas eleições portuguesas marcadas para o final de janeiro).

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